“Inspiração, cadê você? O sol já não brilha mais. A paixão já não aquece mais o meu ser. O frio não cede nem por um segundo. Talvez meus sentimentos tenham se congelado, seja pelo frio da estação, seja pelo medo, seja pelas decepções que o meu coração já sofreu.
Já não lembro como é ter um coração que palpita no peito, que aquece o corpo e alimenta a alma. Não sei se me sinto culpada por essa solidão. Não sei se esta culpa realmente me pertence, ou se apenas fui, e sou, mais uma vítima do acaso. Mesmo que eu não acredite em vítimas e em acaso.
Evito pensar em você, no seu sorriso sempre exposto e nos seus olhos sempre vivos. Evito, de verdade. É doloroso demais lembrar o calor que eu sentia sempre que os teus olhos sorridentes encontravam a angustia dos meus e o modo como o seu sorriso contagiava o meu dia e fazia com que tudo parecesse ótimo. E é por isso que eu te evito de todos os modos, por mais doloroso que seja evitar. Sentir uma dor por evitar outra. Contraditório, não?!”
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