segunda-feira, 4 de abril de 2011

Change of plan .

Lembra que o plano era ficarmos bem?

Pois bem. O meu plano continua ser ficar bem, não importando o lugar. Mas se eu não estou bem aqui, não estava bem lá. O que fazer?
Pode até ser fraqueza minha, mas eu não tenho a obrigação de ser forte o tempo todo. É impossível. Se for pra não estar bem, eu prefiro não estar bem em casa. Eu prefiro não estar bem onde, de um modo, ou de outro, eu me sinto bem. Não estar bem perto dos amigos que eu conquistei com o tempo e que conquistaram minha confiança com as atitudes. Não estar bem perto dos meus pais, que sempre me apoiaram e sempre se esforçaram para que eu ficasse bem. Não estar bem perto dos meus irmãos, que sabem como, inevitavelmente, me deixar bem.

Não estar bem o tempo todo, não ser feliz o tempo todo, mas estar em casa. Até porque é impossível estar bem o tempo todo, estar feliz o tempo todo. Caso eu tivesse que escolher as duas principais coisas que aprendi nesse quase um ano longe de casa seria: valorizar a família e perceber que não existe felicidade incondicional. E é nesse segundo ponto que está a chave da vida.

É impossível ser feliz o tempo todo, a felicidade é frágil, efêmera, transitória. E justamente por isso merece ser valorizada e bem vivida. É isso que constitui a nossa vida. Aproveitar os bons momentos, valorizar as pessoas que amamos e perdoar as que nos machucam. Eu aprendi os três em menos de um ano. De um modo drástico, confesso. Mas aprendi. E é por isso que vou voltar pra casa, porque eu aprendi e percebi que não vale a pena ficar longe depois de ter aprendido a minha lição.

A saudade me cansou. Eu preciso voltar antes que ela me domine e me sugue de vez.

Cansei de ser saudade e teimosia. Eu vou ser amor e companheirismo.

As coisas, que aqui vivi, valeram a pena sim. Mas já duraram tempo o suficiente. Ganhei dois avós (Vô Werner e Vó Maidi), uma tia e um tio (Tati e Paulo) e ainda dois priminhos lindos (Alex e Arthur). Claro, não posso esquecer da Mô, que mais de uma vez foi a minha salvação, mesmo que distante, saber que eu não estava completamente sozinha já me ajudava. Estreitei os laços de família com a família. Vou senti saudade de muita coisa, mas é impossível ser maior do que a que sinto de casa. Obrigada por tudo, mas eu só fico por aqui por mais 3 meses.

Pai e mãe, preparem o quarto porque eu vou voltar.

Eu amo vocês. Beijos, beijos.

Isis Dettweiler.


Ps: Viva ao Renato Russo, que numa simples frase me fez ver o que estava difícil de enxergar.