domingo, 16 de dezembro de 2012

Crise dos vinte.




Você já parou para pensar e sentiu que sua vida talvez não estivesse valendo a pena? Ou apenas não sentiu? Estou com quase vinte anos e, por mais que seja clichê, o tempo está passando cada vez mais rápido. Não tenho mais tempo para correr na rua e ralar os joelhos. É preciso estudar, pensar sobre o futuro, traçar uma meta e correr atrás. É preciso fazer pesquisa e aprender o máximo possível em cada situação vivenciada. Estágio obrigatório, estágio não obrigatório, trabalho voluntário. É preciso fazer termos de consentimento e correr atrás do Comitê de Ética.

É tanta coisa e tão pouca coisa. Parece que faltam respostas, ou sinais, que nos mostrem que estamos no caminho certo. Alguma coisa que nos diga: “pode continuar, você está no caminho certo e uma hora tudo isso vai valer a pena!”, ou alguma coisa que diga que tenho que mudar o rumo, que assim não vai dar. Quero saber que as relações estéticas tornam tudo mais belo, que movimentos de resistência e criação se mostram simplesmente. Quero olhar para o ratinho condicionado e pensar que está valendo a pena, que vai me servir de algo na vida. Eu preciso de resultados que vão além de notas boas na graduação e artigos publicados ao fim da pesquisa.

Eu sempre quis crescer, sempre estava enfiada no meio das conversas adultas. Agora tudo o que desejo é um banho de chuva, um joelho ralado e a sensação de que a vida vale a pena. Eu acho que não quero crescer, não quero ficar me cobrando o tempo todo. Mas já que cresci, eu quero sentir que está valendo a pena. Eu quero sentir que estou vivendo todos os pedaços da minha vida, pois a vida passa tão depressa. Quero sentir que não deixei de olhar para nenhum lado, mas no momento eu sinto que só estou vivendo meu lado profissional.

Não sei se a minha crise dos vinte anos faz sentido para todas as pessoas. Ela faz com que eu me sinta idiota, só mais uma idiota vivendo na lógica capitalista. Mas é muito mais fácil se conformar e ficar apenas olhando o que está bom, ao invés de ficar se questionando o que há de errado comigo para o resto parecer tão complicado. É, eu preciso de terapia, porque não vou aceitar que o resto fique desmoronado, acho que sou perfeccionista demais para isso. E me exijo demais também, por isso é tão inaceitável.

Para encerrar: Vivemos esperando o dia em que seremos melhores, melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo. ♪
 
 
Beijos, beijos.
IsisD.

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