E daí que você está passando por uma crise
de identidade/idade e está tendo um dia trash, ainda que seja apenas 2:00 am,
porque é seu aniversário e toda a crise está pesando nesse momento.
Sinto que envelhecemos a cada segundo
que passa e acho inútil ficar contando anos. Me faz parecer que você só
envelhece e amadurece no dia que você completa determinada idade, o que não faz
o menor sentido. Soma-se a isso o fato de que é um dia em que todos a sua volta
se sentem na obrigação de demonstrar carinho e admiração, porque é o seu dia
especial e blablablá. Como se isso mudasse alguma coisa. Pessoas que se
lembraram do seu aniversário por causa do facebook e que não dão a mínima para
você durante os outros 364 dias do ano. Pessoas que demonstram uma admiração
surreal numa mensagem online, mas assim que enviarem a dita mensagem, esquecerão
que é o seu aniversário.
Eu não gosto dessa contagem por anos.
Eu não gosto da falsidade exagerada nas redes sociais. Eu não gosto de ter que
responder “muito obrigada” a todos que não dão a mínima, às pessoas que nem me
olham na cara e que não vão me ajudar quando eu precisar.
E principalmente, eu cansei de
acreditar que no dia do meu aniversário aquela pessoa especial, que é a única
que eu gostaria que agisse com um pouco de zelo e admiração, me mandasse um “Oi.
Feliz aniversário. Te admiro muito e estou com saudades!”. Não gosto dessa
parte também.
Como
a Liege me mandou essa frase ontem de noite e tem um pouco de ligação com tudo
isso: “Cultive a humildade e
liberte-se de qualquer expectativa que você possa ter em relação às pessoas que
você ama. Abra mão do apego em excesso.”